Verificação de armadura mínima positiva de lajes armadas em duas direções (sem armaduas ativas)

Dúvida enviada a Comunidade TQS

Não existe uma maneira de se considerar pelo TQS, de maneira automática, a taxa mínima de armadura positiva de lajes armadas em duas direções, segundo especifica a NBR 6118, para fck maior do que 25 MPa? (fck 30, fck 35, fck 40, etc.)

O único critério que configura isso está mostrado na primeira figura abaixo, e só consta 0,10% da seção transversal (que seria 0,67*Rô,mín = 0,67*0,15%) ou a consideração de 0,15% ou a armadura que suporta o momento o mínimo.

Em resumo, se tivermos lajes de fck igual ou maior do que 30 MPa, teremos que calcular manualmente e verificar a taxa mínima positiva de 0,67 da taxa mínima da tabela 17.3, conforme a norma nos permite fazer, para todas as espessuras de lajes?

Observar que o texto do critério K40 menciona cisalhamento, ao invés de flexão. Isso implica que esta taxa também será a utilizada como taxa de armadura de tração na verificação do cisalhamento em lajes?

CRITÉRIO DE ARMADURA MÍNIMA DE LAJES (GRELHA)

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TAXA MÍNIMA DE ARMADURA POSITIVA DE LAJES ARMADAS EM DUAS DIREÇÕES

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Resposta

Muito bom o seu questionamento, e as suas observações, muito perspicazes! Somente um engenheiro que trabalha também com projeto em alvenaria estrutural para perceber...(explico abaixo)

Realmente o Editor de Esforços do TQS-Lajes contempla as prescrições indicadas na tabela 19.1 da NBR6118:2003. Neste caso, eu assumo a culpa quanto a isto e vou fazer um breve histórico como narrativa:

Bom, quando desenvolvemos a adaptação para a NBR6118:2003 para a versão 11, chegamos a conclusão que o cálculo de armadura mínima estaria satisfatório se atender ao momento mínimo (0,8*Wo*fctk,sup) e ao mínimo de 0,15%*Ac.

Durante os meus trabalhos de avaliação de estruturas, realmente é confirmado que estas condições de armaduras mínimas se mostram satisfatórias, mas em algumas situações, também podemos aplicar as prescrições da tabela 19.1, transcrita na imagem abaixo:

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Conforme a segunda coluna (elementos estruturais sem armaduras protendidas) em lajes armaduras em 2 direções podemos adotar 0,67 Rô min, que resultaria em 0,10 % Ac. Em geral isto pode acontecer em lajes de pequena extensão e espessuras pequenas, caso típico de estruturas em alvenaria estrutural (este foi o comentário relacionado ao 1º parágrafo).

Nestes projetos, eu apenas mudei o critério que o Fernando apontou para que o cálculo de armadura mínima fosse de 0,10% Ac.

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E aí, que digo que é minha a culpa... Porque como era um critério já disponível no sistema, julguei que não seria necessária uma implementação para atender a tabela 19.1 e não fiz comentários com a equipe de desenvolvimento dos sistemas.

Na versão 14, implementamos, no módulo de lajes protendidas todas as prescrições para o cálculo de armaduras mínimas passivas e agora, a equipe de desenvolvimento vai implementar algo sobre esta deliberação da tabela 19.1 quanto as armaduras mínimas para lajes convencionais para a versão 15.

Na realidade, um dos motivos para não implementarmos esta deliberação da tab. 19.1, é porque para lajes nervuradas esta prescrição não é válida e a formulação geral adotada pelo Editor de Esforços e armaduras de lajes é aplicada para qualquer tipo de laje.

Bom, agora todos que lerem esta mensagem, já tem condições de discernir em qual tipo de projeto que esta deliberação da NBR6118:2003 pode ser aplicada e de imediato, utilizar o critério do TQS-Lajes onde se pode considerar armaduras mínimas . Mas tomem cuidado para não generalizar a aplicação deste conceito.

Um abraço a todos

Luiz Aurélio Fortes da Silva

TQS Informática Ltda