Verificações
Tombamento
Onde:
Dimensão X do bloco;
Dimensão Y do bloco;
Excentricidade na direção y;
Excentricidade na direção x;
Altura da sapata;
Coeficiente de segurança ao tombamento;
Deslizamento
Onde:
coeficiente de atrito solo-concreto;
coeficiente de segurança ao deslizamento;
Tensões no solo
O método de cálculo das tensões aplicadas ao solo pela sapata foi alterado, passando-se a utilizar método numérico que permite, com maior precisão, a determinação destas tensões para todas as combinações de dimensionamento.
No caso das áreas "tracionadas" do solo, estas regiões não são levadas em conta, de modo a trabalharmos com o comportamento não linear do solo.
Para sapatas submetidas à flexão composta obliqua, o diagrama de tensões no solo teria o seguinte aspecto:
Esforços de dimensionamento e de cálculo
A tensão no solo é sempre apresentada como uma tensão característica (não majorada).
O dimensionamento das sapatas sempre é feito com base nas reações de apoio associadas a cada uma delas, dentro do modelo estrutural. Desta forma, sempre teremos um conjunto de normal, momentos e cortantes associados a cada combinação.
Quando se trabalha com esforços característicos, a tensão no solo é obtida diretamente do conjunto de esforços.
Quando se trabalha com esforços de cálculo, a tensão no solo é calculada e então dividida por 1,4, de modo a simular uma tensão característica. Este artifício é necessário já que não existe informação, neste momento do dimensionamento, de quais as parcelas de carregamento devidas ao peso-próprio, permanentes, acidentais etc que formam o valor total do conjunto de esforços.
Correção de armaduras em sapatas retangulares
Em elementos de fundação retangulares, com flexão em duas direções, a armadura paralela ao lado maior (A) pode ser distribuída uniformemente em toda a largura B da base de fundação. A armadura paralela ao lado menor deve ser distribuída de tal forma que a fração 2*B'/(A + B') da área total As seja colocada uniformemente distribuída na faixa central de largura B', conforme a seguir:
De modo a simplificar o detalhamento, a armadura da direção B pode ser uniformemente distribuída ao longo de todo o lado A, desde que se adote uma área As,corr superior a área calculada As, conforme a seguir:
Esta correção de armadura é controlada por critério de projeto.
Verificação do escorregamento/aderência da armadura
No caso de armadura com diâmetro de 20 mm ou superior, é importante que seja verificada a aderência com o concreto, a fim de evitar o escorregamento.
Desta forma, deve ter:
Com:
- = força cortante de cálculo nas seções de referência S1;
- = resistência de aderência de cálculo;
- n = número de armaduras na seção analisada;
- = diâmetro da armadura que cruza a seção S1;
- d = altura útil da seção S1.
Observações: no cálculo de aderência dos ferros, sempre são feitas as seguintes considerações:
- Área de má aderência: devido a possível contaminação com solo, é utilizado = 0.7;
- Por se tratar de uma verificação associada ao escorregamento da barra, utilizamos o item 9.3.2.3 da NBR 6118.
Verificação da biela de compressão na base do pilar
Método Fusco
A verificação das bielas de compressão na base do pilar em sapatas é feita segundo metodologia apresentada por Fusco (1994).
Nessa verificação, a tensão é analisada em uma área ampliada situada à profundidade X da face superior do bloco, considerando que, a partir dessa profundidade, apenas o concreto passa a resistir às tensões resultantes dos esforços transmitidos ao bloco. No cálculo da profundidade X são levadas em consideração as dimensões do pilar e a taxa geométrica de armadura de arranque do pilar (ρ). Deve-se adotar um valor médio para esta taxa geométrica para todos os pilares dentre os valores listados. Também é necessário definir o ângulo de espraiamento das bielas de compressão (θ), variando dentro da faixa de 45° a 64°. A tensão normal na área ampliada é calculada a partir de uma força normal equivalente que considera os efeitos dos momentos transmitidos ao bloco. Nesse caso, para que o bloco seja considerado seguro quanto à tensão nas bielas de compressão, a tensão à profundidade X (σc2) deve ser inferior a 20% da resistência à compressão de cálculo do concreto (fcd).
O programa verifica se a tensão no pilar é inferior à tensão limite no pilar e se a tensão na área ampliada é inferior à tensão limite na área ampliada.
Para calcular tensão no pilar, o programa calcula, de forma simplificada, a tensão no pilar (2.1.9.1) em um ponto distante de ¼ da dimensão x do pilar e ¼ da dimensão y e compara esta tensão com a tensão limite no pilar (2.1.9.2).
(2.1.9.1) | |
(2.1.9.2) |
Para calcular a tensão na área ampliada, é necessário descobrir a profundidade de espraiamento das tensões.
A partir das equações das páginas 344 a 346 de (Fusco, 1994), concluímos que a profundidade de espraiamento das tensões (x) é igual:
Onde:
b: Representa a menor dimensão do pilar;
α: Representa a relação entre a maior dimensão do pilar e a menor dimensão do pilar;
ρ: Representa a taxa de armadura do arranque;
Representa a resistência de cálculo da armadura do arranque;
Representa a resistência de cálculo do concreto utilizado no bloco sobre estacas;
Representa o ângulo de espraiamento das tensões;
Coeficiente adicional ponderador das ações;
A profundidade x é limitada por:
Onde:
Alt: Altura da sapata
Para calcular a tensão na área ampliada (2.1.9.4) e a tensão limite na área ampliada (2.1.9.5), utilizam-se as fórmulas indicadas abaixo:
(2.1.9.3) | |
(2.1.9.4) | |
(2.1.9.5) | |
(2.1.9.6) | |
(2.1.9.7) |
Onde:
Dimensão X do pilar;
Dimensão Y do pilar;
Representa o ângulo de espraiamento das tensões;
x: profundidade de espraiamento das tensões;
Dimensão X da sapata;
Dimensão Y da sapata;
Coeficiente ponderador das ações;
Coeficiente adicional ponderador das ações;
Resistência de cálculo do concreto.
Critério de projeto
Os critérios que controlam a verificação das bielas podem ser encontrados no arquivo de critérios dos blocos. Para acessá-lo, no Gerenciador, ative o Fundações e execute "Editar" - "Critérios" - "Sapatas" - "Cálculo" - "Verificação de compressão".
O usuário deve selecionar entre fazer a verificação pelo método "Com armadura". Também será necessário indicar a taxa de armadura do arranque que deve ser utilizada (entre 1% e 3%) e o ângulo de espraiamento das bielas (de 45° a 64º).
Método Pressão de Contato em Área Reduzida
Para este método é utilizado a prescrição existente na ABNT NBR 6118, onde são indicados os limites de resistência para a força que atua em uma área reduzida. Neste caso, não há armadura envolvida nos cálculos.
Critério de projeto
Os critérios que controlam a verificação das bielas podem ser encontrados no arquivo de critérios dos blocos. Para acessá-lo, no Gerenciador, ative o Fundações e execute "Editar" - "Critérios" - "Sapatas" - "Cálculo" - "Verificação de compressão". O usuário deve selecionar entre fazer a verificação pelo método "Sem armadura".