Sapatas ACI 318-19
Sapatas ACI 318-19
Solo acima da sapata
O solo acima da sapata não é utilizado em nenhum cálculo ou verificação. Isto é feito, a favor da segurança, uma vez que o reaterro pode não acontecer ou este solo ser escavado em futuras reformas.
Cálculo de tensões no solo
É utilizado um método numérico para cálculo das tensões aplicadas ao solo pela sapata que permite, com boa precisão, a determinação destas tensões para todas as combinações de dimensionamento.
As áreas "tracionadas" do solo são desprezadas, de modo a trabalhar com o comportamento não linear do solo.
Para sapatas submetidas à flexão composta obliqua, o diagrama de tensões no solo teria o seguinte aspecto:
Verificações efetuadas
As seguintes verificações são efetuadas pelo programa:
- Flexão / determinação de armadura: Mu < φ . Mn
φ = 0.90
- Cortante: Vu < φ . Vn
φ = 0.75
- Puncionamento: Vu < φ . Vn
φ = 0.75
- Esmagamento: Bu < Br
φ = 0.65
Cálculo dos momentos fletores - Seção S1
Conforme item ACI 13.2.7.1, os momentos fletores são calculados, para cada direção, em relação a uma seção de referência (S1), que se localiza na face do pilar.
O momento fletor é calculado levando-se em conta o diagrama de tensões no solo, entre a seção S1 e a extremidade da sapata, ou seja, a sapata é dimensionada à flexão como uma viga em balanço.
Existem quatro seções possíveis para o cálculo dos momentos fletores: +X, -X, +Y e -Y, conforme apresentado a seguir:
Pela integração numérica dos valores de tensão do solo pela área de cálculo é obtido o valor de momento fletor em cada uma das 4 seções indicadas anteriormente. As áreas de cálculo utilizadas para cada seção são indicadas a seguir:
As armaduras das sapatas são calculadas para resistir a este esforço solicitante, já levando em consideração a distribuição de tensões de compressão real no solo.
Armadura mínima
A armadura mínima utilizada para o detalhamento é calculada de modo a resistir a um momento igual a 1,2 vezes o momento de fissuração.
No cálculo do momento de fissuração é utilizada a seção trapezoidal S, conforme figura a seguir:
Cálculo das forças cortantes – Seção S2
Os esforços cortantes atuantes na sapata são calculados em uma seção de referência S2, em cada direção da sapata, perpendicular à base de apoio da sapata e distante d da face do pilar em cada direção.
O esforço cortante é calculado levando-se em conta o diagrama de tensões no solo, entre a seção S2 e a extremidade da sapata, ou seja, a sapata é verificada ao esforço cortante como uma viga em balanço.
Existem quatro seções possíveis para o cálculo esforços cortantes: +X, -X, +Y e -Y, conforme apresentado a seguir:
Pela integração numérica dos valores de tensão do solo pela área de cálculo é obtido o valor de esforço cortante em cada uma das 4 seções. As áreas de cálculo utilizadas para cada seção são indicadas a seguir:
As áreas hachuradas são duplamente contabilizadas.
Valor limite
A força cortante de cálculo não deve ultrapassar os seguintes valores:
Com:
Vn = em kN;
ds = altura útil da seção S;
bs = largura do retângulo equivalente de mesma área da seção S;
f'c = resistência do concreto a compressão;
Ag = área bruta da seção S;
λ = redutor para concreto leve. Para concreto normal: 1,0.
ρw = taxa de armadura em relação a seção efetiva (bsds).
Obs: Conforme item ACI 13.2.6.2, o λs não precisa ser considerado.
Os valores de bs e hs utilizados são dados de acordo com a figura a seguir:
bs = A/ds
Verificação à punção – Seção S4
A verificação à punção nas sapatas flexíveis é feita seguindo o mesmo tratamento dado para o cálculo dos esforços solicitantes, ou seja, são definidas 4 seções onde as tensões atuantes são calculadas e então comparadas com o valor limite.
Estas seções são definidas à distância de d/2 da face do pilar, conforme a figura a seguir:
Pela integração numérica dos valores de tensão do solo pela área de cálculo é obtido o valor do esforço para cálculo da tensão cisalhante em cada uma das 4 seções. As áreas de cálculo utilizadas para cada seção são indicadas a seguir:
Valor limite
O valor limite de tensão para a verificação de punção é dado por:
Com:
β = relação entre o maior e o menor lado do pilar;
αs = função da posição do pilar na sapata;
- 40 = para pilares centrados;
- 30 = para pilares encostados em uma das faces;
- 20 = para pilares de canto;
bo = perímetro da seção S;
d = altura útil da seção S;
f'c = resistência do concreto a compressão;
λ = redutor para concreto leve. Para concreto normal: 1,0.
Os valores de bs e ds utilizados são dados de acordo com a figura a seguir:
Verificação ao esmagamento
A verificação ao esmagamento é feita tomando apenas o carregamento vertical de cada uma das combinações de dimensionamento.
Valor limite
O valor limite de tensão para a verificação do esmagamento no pé do pilar é dado por:
O valor limite de tensão para a verificação do esmagamento dentro da sapata é dado por:
Com:
A1 = área transversal do pilar;
A2 = área ampliada;
Ø = fator de redução da resistência;
f'c = resistência do concreto a compressão.
Os valores de A1 e A2 utilizados são dados de acordo com a figura a seguir:
Correção de armaduras em sapatas retangulares
Em elementos de fundação retangulares, com flexão em duas direções, a armadura paralela ao lado maior (A) pode ser distribuída uniformemente em toda a largura B da base de fundação. A armadura paralela ao lado menor deve ser distribuída de tal forma que a fração 2 . B'/(A + B') da área total As seja colocada uniformemente distribuída na faixa central de largura B', conforme a seguir:
De modo a simplificar o detalhamento, a armadura da direção B pode ser uniformemente distribuída ao longo de todo o lado A, desde que se adote uma área As,corr superior a área calculada As, conforme a seguir: