Comparação dos Coeficientes FAVt (GamaZ) e RM2M1 (P-Delta)

I) Exemplo

Baseia-se numa estrutura de um edifício de concreto com 11 pisos, submetido a cargas verticais (permanente + variável) e quatro casos de vento.

Foram feitos dois processamentos no modelo, considerando dois métodos distintos de análise dos efeitos de segunda ordem global. O primeiro método analisado foi o processo P-Δ, e o segundo, o parâmetro γz, descritos nos itens II e III abaixo, respectivamente.

II) Análise P-Δ

Os resultados do processamento do modelo pela análise P-Δ são apresentados a seguir.

9405f03e6f366815a322cf5a6db2d2d4.png
Figura 1- Análise P-Delta ativada nos dados do edifício
6dd69c7fe8aa88f2cad8b07fb1f398ba.png
Figura 2- Relatório de Estabilidade Global do processamento do pórtico utilizando P-Delta

Os valores de γz para os casos 5, 6, 7 e 8 (casos simples de vento) não levam em conta os deslocamentos horizontais gerados pelas cargas verticais. Os demais casos (11 a 18, 20 a 27) são combinações (cargas verticais + vento) analisadas pelo P-Δ. Neste caso, o RM2M1 leva em conta os deslocamentos horizontais gerados pelas cargas verticais.

O coeficiente RM2M1 procura, de forma aproximada, quantificar globalmente os resultados da análise P-Δ num único número. Sem o RM2M1, ficaria muito difícil do Engenheiro, via P-Δ, avaliar como a estrutura está sob o ponto de vista de estabilidade global.

O RM2M1 seria um γz (ou melhor, FAVt, uma vez que leva em conta os deslocamentos horizontais ocasionados pela carga vertical) calculado a partir dos resultados de uma análise não-linear geométrica (P-Δ) e não de uma análise linear. Importante salientar que, no dimensionamento dos elementos, se levará em conta os resultados efetivamente obtidos na análise P-Δ, o RM2M1 não entra nessa conta.

A figura abaixo mostra, em planta, os deslocamentos gerados somente pela carga vertical total (caso 1).

c47dad1ebd8f0c773d5b8425038a7fa3.png
Figura 3 – Deslocamentos do Caso 01 (carga vertical total)

Note que a estrutura se desloca para cima (90 graus) e para direita (0 grau). São exatamente nestes sentidos que o RM2M1 tem valores maiores (1.258; 1.328; 1.229; 1.248; 1.247; 1.323; 1.223; 1.245), o que demonstra compatibilidade.

III) Análise γz

Os resultados do processamento do modelo pela análise γz (FAVt) são apresentados a seguir.

50a3c5db0c647a651cc0fe76867dd0be.png
Figura 4 - Análise GamaZ ativada nos dados do edifício
e6ecf2a31ece0df5e719dbcfc9cbe6f9.png
Figura 5 - Relatório de Estabilidade Global do processamento do pórtico utilizando γz

O γz para os casos simples de vento continuam os mesmos (claro, não poderia mudar). Interessante observar que o FAVt “caminhou” de acordo com o RM2M1, ou seja, tem valores superiores nos sentidos de 0 e 90 graus. Para os demais sentidos, adotou-se como mínimo o valor de GamaZ (1.195 e 1.131). A carga vertical considerada no cálculo do FAVt foi ponderada por 0,5 e 0,75 (ver figura abaixo), de forma a considerar efeitos construtivos. Na análise P-Δ, não existe essa ponderação, ou seja, entra a carga vertical total da combinação. Exatamente por isso, os valores de RM2M1 foram ligeiramente maiores que o FAVt nos sentidos de 0 e 90 graus.

54f9043e4aebc2075db3bf72d0aaae6c.png
Figura 6 – Critério do Pórtico-TQS (Editar > Critérios > Critérios Gerais > Estabilidade global > Deslocamentos horizontais de cargas verticais)